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"Eu triste sou calada Eu brava sou estúpida Eu lúcida sou chata Eu gata sou esperta Eu cega sou vidente Eu carente sou insana Eu malandra sou fresca Eu seca sou vazia Eu fria sou distante Eu quente sou oleosa Eu prosa sou tantas Eu santa sou gelada Eu salgada sou crua Eu pura sou tentada Eu sentada sou alta Eu jovem sou donzela Eu bela sou fútil Eu útil sou boa Eu à toa sou tua."

5 de jan. de 2012

Dois pra lá, dois pra cá.

Com essa ausência de escrita, percebi que funciono mais quando escrevo sobre dores, perdas e danos.
Quando estou no melhor momento da minha vida, amando sendo amada, dividindo, compartilhando, confiando, algum dispositivo dentro de mim aciona e me diz: "Hora de parar de escrever, vá viver!"
Minha terapeuta me diz muito isso: Clara, pensa menos, vive mais.
Como é mais fácil ficar no mundo da fábula e deixar a vida passar do seu lado!!
Mesmo não sabendo o motivo ao certo, eu parei de escrever. A fonte secou. Nem se colocasse em um multiprocessador sairia alguma coisa de mim.
Mas hoje fiquei com uma pontinha de vontade,uma faísca.
Eu estava lendo a absoluta Martha Medeiros, e um dos seus lindíssimo textos sobre amores, achei um que se encaixa perfeitamente no  meu momento particular :


"Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido." ...


Isso é só um trecho, porque  texto todo é de um sentimento lindo.


Estar solteira, sozinha, livre, dona do próprio nariz tem lá seus méritos e seus bons momentos.
Saber sua hora de sair, de voltar, com quem vai, se volta ...
Não me arrependo do que aprendi.
Mas sinceramente, como uma boa apaixonada, eu amo estar em dois.
Dividir coisas, segredos, planejar junto, descobrir que o mesmo beijo pode ser beijado de várias formas.
Conhecer cada parte do corpo, detalhe por detalhe.
Perceber que mesmo você não se achando lá essas coisas, existe uma outra pessoa que realmente te enxerga e te analisa, agradecendo aos céus por ter uma mulher como você ao seu lado. Coisa de doido, né mesmo?
Ter alguém pra ligar, receber pelo menos três ligações diárias e sempre ter assunto.
Fazer surpresinhas, recebê-las.
Dormir junto, esquentar os pés durante a noite fria.
Acordar com carinhos....Enfim, ficaria aqui umas três postagens falando como prefiro mais repartir do que multiplicar.
E o melhor é quando você consegue conciliar todas as coisas em uma mesma relação.
Poder ter seu momento individual, você com você mesma, dentro de um relacionamento.
Poder expressar. Pode transparecer, sem precisar ser podada.
Aceitar e ser aceitada.
Ter confiança acima de qualquer coisa.
Quando mesmo longe, se sente perto.
Ter leveza, ao invés de peso.
Ter prazer, ao invés de ócio.
Ter paz , ao invés de pertubação.
Ter afeto, afago ao invés de frieza.
Ter fé, ao invés de incerteza.
Ter alguém, ao invés de ser sozinha.

Um comentário:

  1. Primeiramente, não pare de escrever. se sente mais inspirada na dor busque dessa felicidade o prazer de transcreve-la e absorve-la em versos.

    Esse seu texto respondo o seu e-mail,adorei essa "Quando mesmo longe, se sente perto."
    Lendo seu texto pude refletir sobre algumas coisas e ver outras, sua maneira de escrever não muda.rs

    Parabéns!

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