Quem?

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"Eu triste sou calada Eu brava sou estúpida Eu lúcida sou chata Eu gata sou esperta Eu cega sou vidente Eu carente sou insana Eu malandra sou fresca Eu seca sou vazia Eu fria sou distante Eu quente sou oleosa Eu prosa sou tantas Eu santa sou gelada Eu salgada sou crua Eu pura sou tentada Eu sentada sou alta Eu jovem sou donzela Eu bela sou fútil Eu útil sou boa Eu à toa sou tua."

30 de jun. de 2011






Só porque ha dias em que meu coração está de inúmeras maneiras.
Vezes sozinho, carente e abandonado.
Outras sob controle, cuidado por mim, vigiado por outros.
E algumas ele está livre, pronto para sobrevoar outros lugares, outras pessoas, e outros amores.

29 de jun. de 2011

Eu não existo sem você!



Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você


Tom Jobim.

27 de jun. de 2011

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

"Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"

Mário Quintana

25 de jun. de 2011

Apenas bons amigos.

O interfone toca. Uma voz avisa que estou aqui embaixo.
O porteiro me diz que você está vindo. Ele dá uma risada sutil, como se tentasse adivinhar o que vai acontecer.
Você se olha mais uma vez no espelho do elevador e verifica se está tudo combinando. Ri baixo ao arrumar o decote que tanto aprecio.

- Oi, tudo bem?
- Tudo ótimo. Onde vamos?
- Beber algo e jogar conversa fora.
Todo um teatro, de somente bons amigos, é necessário.
Como se fosse possível esconder a vontade que paira no ar.

- Te levo lá em cima?
Dentro do elevador, o silêncio só não é maior que a tensão dos olhares.
As portas se abrem e como num flash, as paredes nos seguram.
O som do desejo rapidamente ecoa como um burbúrio.
A medida que corre o zíper, o calafrio se espalha pelo corpo. A luz acompanha o nosso movimento contínuo, ritmado. até que as escadas abafam a explosão do prazer.

- Nos vemos amanhã?
- Acho que não vai dar. Segunda?
- Ótimo, combinado.



Por Raphael Coutinho.

22 de jun. de 2011

It's you.

Toda vez que estou sozinha, é você que vem na minha mente.
Toda vez que estou cheia de amigos, é você que faz falta.
Toda vez que estou faminta, é você que pode me alimentar.
Toda vez que estou pela metade, é você e apenas você que me torna inteira.
Toda vez que me sinto perdida, é você meu horizonte.
Toda vez que sinto medo, é em você que me seguro.
Toda vez que fica difícil, é você que piora as coisas.
Toda vez que eu me afasto, é você que se chega.
Toda vez que eu tento recomeçar, é você que me prende.
Toda vez que eu me sinto louca, é você que me dá certeza disso.
Toda vez que eu estou com você, é você que me tem.
Toda vez que estou com sono, é você que me tira ele.
Toda vez que eu acho que vai passar, é você que me mostra como é impossível viver longe de você.
E tudo em você, me lembra você, me faz querer você mais e mais.
Toda vez que me sinto livre, é você que me aprisiona.
Toda vez que estou feliz, é com você que quero dividir.
Toda vez que preciso desabafar, é você que pode me ouvir. Mas não me entender, isso já seria demais.
E toda vez que você se mostra mais distante, sou eu que quero aproximação.
E tudo aquilo que sonhei, só teria graça se fosse com você.
Toda vez que eu minto, é você que me desmente.
Toda vez que quero, você quer mais.
Toda vez que eu amo, é pra você meu amor.
Tão seu, tão meu, tão nosso.
Toda vez que eu me prometo, é por você que me descumpro.
Toda vez que acho que é o fim, é você que me confirma.


E se nada pode ser com você, pelo menos eu sei que sobreviverei sem o seu pesado amor, fadado amor, duvidoso amor.

20 de jun. de 2011

Coisa de Tiete.

Hoje farei uma homenagem a uma das escritoras que mais amo: Clarice Lispector.

"Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária."
*
"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."
*
"...estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda."
*
"... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
*Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca."
*
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
*
"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
*

Essa mulher que possui tantas outras dentro de si, é quem devo homenagem hoje.
Que me traz , a minha essência mais trangressora, que possuo.
Essa mulher que é tão doce, e tão audaciosa e feroz na sua forma de escrever.
Essa mulher que abre as portas de um novo universo de escrita e palavras, e porque não formas de sentir. E que eu me lanço em suas frases, estrofes e conto.

A deusa Clarice.

19 de jun. de 2011

Esquecer , perdoar ou só esperar?

Perdoar requer tempo.
Perdoar não é esquecer. É poder lembrar e não doer mais.
É conseguir olhar para trás por cima, com entendimento e não com desconforto e desespero.
Esquecer é o nosso "cala a boca" pra dor.
Esquecer é a nossa válvula de escape.
Nossa fuga mais ligeira.
Perdoar liberta, refaz, recomeça.
Esquecer prolonga, demora, aperta e multiplica.

Aquele que tem o dom de perdoar, tem o dom de renascer várias vezes numa mesma vida.
Aprende que se desfazer de uma dor é um bem mais precioso que se pode ter na vida.
Perdoar, cura.
Esquecer,adoece.
Aprende que quanto mais se fala do passado, mas o mantém vivo. Mais o chama a existência. Mas o alimenta, o fortalece , o conserva.
Nunca disse que seria fácil.
Na verdade fácil pra mim só existe nas escolhas de grau de dificuldade desses joguinhos.
Na vida , as coisas fáceis não costumam vingar.
Quanto mais depressa vem, mas correndo vai.
Quanto mais se sabe esperar , mas se estabelece o eterno.

16 de jun. de 2011

Só um lero.

Acho engraçado quando alguém me diz: Me fugiu a palavra!
Por que de mim, elas nunca correram. Ao contrário, elas vem ao meu encontro, como loucas , vezes sem porque nenhum, vezes em momentos bastante estranho.
Mas é o seguinte, as vezes meus pensamentos fogem, eu os esqueço por ai, mas as palavras nunca. Elas brotam, e jorram de uma maneira indescritível!
Já me disseram que escrever é fácil, e eu mesma já li isso de vários crônistas que eu sou fã.
Na verdade , escrever é audacioso, é agressivo , é libertador, mas fácil eu não diria. Também não é dificil, é denso. Quando se escreve se leva e se traz tudo de todos, e de tudo.
Escrever é um ato público e de uma intimidade profunda.
É quando eu mais me exponho, e mais me escondo. Pode-se ser várias personagens e tão eu como nunca fui.
Enquanto me houver perguntas sem respostas, continuarei escrevendo.

" Vou mostrando o que sou, e vou sendo o que posso" Mistério do Planeta- Novos Baianos.

7 de jun. de 2011

Pensar é transgredir.

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Por Lya Luft.

4 de jun. de 2011

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"Arrumei os amores, é a primeira regra da vida – saber arquivá-los, entendê-los, contá-los, esquecê-los. Mas ninguém nos diz como se sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha. A amizade só se perde por traição – como a pátria. Num campo de batalha, num terreno de operações. Não há explicações para o desaparecimento do desejo, última e única lição do mais extraordinário amor. Mas quando o amor nasce protegido da erosão do corpo, apenas perfume, contorno, coreografado em redor dos arco-íris dessa animada esperança a que chamamos alma – porque se esfuma? Como é que, de um dia para o outro, a tua voz deixou de me procurar, e eu deixei que a minha vida dispensasse o espelho da tua?"

Inês Pedrosa

Sem mais palavras.

É chegou a hora!
Você já não existe em nenhuma parte do meu corpo.
Você se foi, partiu, evaporou!
E aquele tempo que parecia , infinito, até que foi rápido, me diverti um monte com
minhas próprias dores.
Mas te agradeço, querido. Por você, e para você renderam-se todas essas palavras.
A minha inspiração, não parava. Ainda mais quando o assunto era você. E isso era quase todo tempo.
Escrevi o quanto te amei, o quanto você fez falta, escrevi até sobre meu soberano ódio por você. Citei textos que me remetiam você. Isso aqui até hoje, só chegou até este lugar, confesso, por você! E por isso eu te agradeço. Por te me mostrado, que nunca é o fim para aqueles que tem fé no amanhã, aqueles que amam sob qualquer circunstância, aqueles , que como eu, estão sobrevivendo aos tempos de hoje!

E não vou me alongar mais, sobre você, porque a fonte secou.
A porta do jardim secreto se abriu, e eu como uma menina curiosa, estou doida para invadir e se invadida por esse novo universo.

O Fim, também tem sua hora de terminar, e a hora é esta.

Um beijo meu bem, que foi meu até hoje, durante esses anos longos, árduos e totalmente envolventes.
Fique com a parte boa, se tiver. Se não, encontre a sua parte boa da história.

Por que eu, me retiro de cena, ou melhor , me retiro da nossa tragédia de amor, para entrar em uma nova turnê. Se eu sei o nome? Algo parecido com VIVER!

1 de jun. de 2011

Toda forma de amor.

Amores não colhem em árvores.
Não pousam na nossa janela.
Nem andam com uma placa dizendo: Procura-se!

Amores não tem hora certa para chegar , quanto mais para ir.
Amores são auto-suficientes.
Não precisam da nossa opinião para existirem.
Amores não se explicam, não interrogam, tão pouco dão satisfações.

Amores são coloridos, vezes em sépia, outras tantas preto e branco.
É indolor, dolorido , talvez até um pouco dormente. Adormecido.
Quente e frio. Sólidos e líquidos. Denso e leve.

Amores de pai, de mãe, de amigo , de irmão.
Amor de dividir , repartir, consertar.

Amores de entender, de esquecer, de sofrer, de sorrir, de lembrar, amores de soletrar.
Repetir, arder.
Amor de voar. Amor de impregnar.
Amores que são meus, são seus. Que são de todos nós.
Amor que é dele próprio. Amor de pertencer.


Amores eternos, amores ligeiros, amores confusos, amores espertos.
Amores que ficam, amores que vão, que vem, e que voltam.

Amor que anda, que corre, que caminha.
Amor que pula, que salta, que cansa, que dança.

Amor que sepulta, que renasce.

Que brota, que abre, que começa e que termina.

Enfim sós, o amor e ele mesmo.

Amor que consegue sobreviver a nós, os que vivem.