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"Eu triste sou calada Eu brava sou estúpida Eu lúcida sou chata Eu gata sou esperta Eu cega sou vidente Eu carente sou insana Eu malandra sou fresca Eu seca sou vazia Eu fria sou distante Eu quente sou oleosa Eu prosa sou tantas Eu santa sou gelada Eu salgada sou crua Eu pura sou tentada Eu sentada sou alta Eu jovem sou donzela Eu bela sou fútil Eu útil sou boa Eu à toa sou tua."

20 de ago. de 2011

Quem matou Norma, da novela 'Insensato Coração'?



" Pois é, para quem assistiu a trama toda fica claro: Norma já estava morta havia muito tempo.

Morta de amor por um homem que a enganava descaradamente. Todos entendiam. Todos sabiam, inclusive ela. Ele era um amor bandido! Então ficam a questões: por que permanecemos, se tudo nos diz PERIGO, PERIGO? Por que não escutamos os sinais de alerta? Por que ficamos na história quando todos, absolutamente todos, nos aconselham o contrário?

Bem, olhando só para essa personagem, não vamos tratar aqui do parceiro, quero crer que a "dependência emocional" misturada à vaidade comanda o caso.

Sim, porque uma das características de quem depende emocionalmente do outro é achar que "comigo vai ser diferente". Desta vez ele vai ser diferente. Desta vez ele está falando a verdade. Desta vez e só por esta vez, vou acreditar. E, assim, passam-se anos em relacionamentos que nada tem de saudável.

Um que usa e outro que sabe que está sendo usado e "faz de conta" que está tudo NORMAL.

Será? Será mesmo que é isso que liga dois? Um que depende e outro que manipula, isso é amor? Será esse o nome do sentimento de alguém que se doa e cobra? Dá e não recebe.

Cobra e controla outro que mente, inventa, dissimula? Aceita mentiras, aceita humilhação, agressões e diz estar tudo bem?

Será mesmo que dá para construir uma relação com base em mentiras e manipulação?
Por que então ficamos?

A meu ver, a explicação maior passa por baixa autoestima, medo, ilusão e crenças erradas que trazemos da infância. Tudo isso nos coloca num quadro de confusão de sentimentos e pensamentos que nos tira da verdade. Remete-nos a um mundo ideal, no qual fantasiamos que, sim, um dia tudo vai ser diferente. O outro vai nos amar. Vai nos escolher. Vai nos preferir.

E que doce fantasia viver esse sonho. Que na verdade é um pesadelo! E, a qualquer momento, seremos lembradas disso. Então, quero crer que, quanto antes entendermos, melhor. Quanto antes sairmos de cena, melhor. Quanto antes compreendermos que nossa história é um thriller e não uma comédia romântica, melhor!

Até porque, para fazer parte de uma história como essa, precisamos nos anular completamente. Morremos! Nos abandonamos para que o outro exista. O outro tenha o poder e a força. O outro nos dirija, como e para onde quiser.

Funciona? Não! Infelizmente não funciona. Um belo dia, quando não houver mais nada que interessa a esse outro, ele se vai e, então, bem, perdemos tudo o que nos mantinha de pé: a crença de que conosco seria diferente. Arrogância, vaidade, ego, tudo isso e mais um pouco.

Deixamo-nos perder para não sofrer e sofremos em dobro. Durante e depois de tudo.
O que fazer para não cair nessa armadilha? Buscar ajuda para mudar o padrão vicioso de comportamento que só quer confusão, só quer relações complicadas. Sair do círculo do medo, da ilusão e do ego e passar para o círculo da verdade, do amor e do self.

Fácil? Não, meus caros, nada é fácil quando a questão é sentimento, coração, emoção. Mas há de se tentar. Há de querer mais. Há de deixar de fazer pelo outro para começar a fazer por nós mesmos.

É possível?

Vale experimentar. Quem conseguiu sair desse círculo vicioso nem acredita que um dia viveu essa terrível experiência.

Escolhas, sempre escolhas."

Sandra Maia

Um comentário:

  1. É exatamente o que eu penso! Logo de manhã ler um texto desse, é de matar! Ou de ressucitar , né? rs
    Quando se entra no ciclo de : Desta vez.. É o atestado de perigo. E por mais que todos a sua volta GRITEM , dizendo que está tudo errado, você que já está totalmente inserida no contextp, acha todos uns loucos, sem coração.
    Cilada na certa! Sinais, querida, sinais.

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